A osteoporose é uma doença caracterizada pelo comprometimento da densidade mineral óssea (quantidade de massa óssea) associada a alterações de sua microarquitetura, mineralização e composição da matriz óssea (qualidade óssea) cuja consequência mais grave é o aumento na probabilidade de fraturas. Acomete mais o sexo feminino, cerca de 4 a 8x mais e é mais prevalente na pós menopausa, quando a perda de massa óssea acelera devido a deficiência estrogênica. Os principais fatores de risco relacionados a osteoporose são: idade, histórico familiar de osteoporose, raça branca ou amarela, baixo peso, sedentarismo e imobilização prolongada, tabagismo e etilismo, dieta pobre em cálcio e uso de alguns medicamentos como corticóides.
A osteoporose é considerada primária quando está relacionada ao próprio processo de envelhecimento e à menopausa. Já a osteoporose de causa secundária atinge pessoas com doença renal, hepática, endócrina, hematológica ou decorrente de medicações como, por exemplo, corticóides. O exame mais adequado para o diagnóstico da osteoporose é a densitometria óssea, exame de baixa complexidade e simples de ser realizado e que permite avaliar o estágio da doença bem como serve de instrumento no acompanhamento do tratamento. Valores < -2,5 DP no T escore nos sítios de coluna lombar, colo do fêmur e fêmur total faz o diagnóstico de osteoporose, ou osteopenia (T escore entre -1,0 a -2,4 DP) associado a fratura por queda de baixo impacto também sugere um quadro de osteoporose.
O tratamento baseia-se no aumento da ingesta de leite e derivados ou suplementação com cálcio quando necessário, manutenção de níveis adequados de vitamina D e medicações que inibem a reabsorção óssea ou estimuladores da formação óssea. As medicações mais utilizadas são:
Bisfosfonatos: alendronato, risedronato, ibandronato e ácido zoledrônico. São as medicações atualmente mais prescritas para o tratamento da osteoporose. Essas medicações agem inibindo a reabsorção óssea e impedindo a perda de massa óssea a longo prazo. Diferem sobretudo na posologia - via oral 1x/semana, 1/mês ou endovenoso. Recomenda-se após 5 anos de uso rever a necessidade de manutenção do tratamento devido a supressão excessiva do turnover ósseo, porém casos graves de osteoporose o tratamento deve ser mantido por tempo indeterminado.
Ranelato de Estrôncio: atua tanto inibindo a reabsorção óssea quanto estimulando sua formação. Possui eficácia comprovada na redução do risco de fraturas, podendo ser uma alternativa aos bisfosfonatos.
Raloxifeno: substância capaz de se ligar aos receptores de estrogênio e induzir ações agosnistas e antagônicas aos estrogênios a depender do sítio-alvo. No osso, seu efeito é agonista com ação semelhante aos estrogênios promovendo ganho de massa óssea sobretudo em coluna lombar.
Teriparatida (PTH 1-34): possui estrutura semelhante à molécula do PTH, sendo um potente anabolizante do tecido ósseo, e o medicamento mais eficiente para aumentar a massa óssea. Diminuiu o risco de fraturas vertebrais e não vertebrais, mas o alto custo da medicação e seu modo de administração (injeções subcutâneas diárias) limitam seu uso. A duração do tratamento é de 2 anos.
Dra. Vanessa Aoki Santarosa Costa
Médica Endocrinologista formada pela Escola Paulista de Medicina - Universidade Federal de São Paulo
Mestrado em Tireoidologia pela Escola Paulista de Medicina - Universidade Federal de São Paulo
Foi médica colaboradora no Ambulatório de Diabetes Gestacional da UNIFESP
Atua em consultório médico particular na Vila Clementino, Zona Sul, São Paulo.