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  • Foto do escritorDra. Vanessa Santarosa

Mitos e Verdades sobre a Reposição Hormonal Feminina


Durante muitos anos, a terapia de reposição hormonal (TRH) após a menopausa foi um tabu. No entanto, a evolução da medicina nos cuidados com a saúde da mulher avançou consideravelmente e hoje em dia está bem estabelecido os benefícios da reposição hormonal. A terapia de reposição hormonal continua sendo o tratamento mais eficaz para os sintomas da menopausa. No entanto, a decisão de fazer ou não a TRH é complexa, exigindo uma avaliação dos benefícios e riscos; da determinação do melhor tipo de tratamento, individualizando a escolha e analisando parâmetros como via de administração, dose e duração do tratamento. Os benefícios da TRH excedem os riscos para mulheres sintomáticas, que são geralmente saudáveis ​​e sem contraindicações à TRH, se iniciada com menos de 60 anos ou dentro de 10 anos do início da menopausa. Segue abaixo uma lista dos principais mitos e verdades sobre a reposição hormonal no dia-a-dia do consultório do endocrinologista.


Reposição hormonal engorda?

Mito. A reposição hormonal clássica, baseada em estrógeno e progesterona não faz a mulher ganhar peso, pelo contrário, como a reposição melhora a disposição e o cansaço decorrente da menopausa, a mulher costuma ficar mais ativa e disposta a fazer uma atividade física, além de a reposição melhorar a qualidade do sono, requisitos muito importantes para o controle e perda do peso.


Reposição hormonal é a mesma coisa que Modulação hormonal?

Verdade. Muitos profissionais utilizam o termo modulação hormonal como algo novo ou diferente da reposição, no entanto, esse termo não existe na endocrinologia. O princípio da regulação hormonal na menopausa é repor o que está faltando, ou seja, repor estrógeno e progesterona.


A reposição hormonal é feita com hormônios bioidênticos

Verdade. O termo bioidêntico também causa muito interesse pelas pacientes quando buscam a reposição hormonal. Todos os hormônios utilizados na reposição, mesmo os derivados da progesterona ou estrógeno, têm bioequivalência aos hormônios que o nosso corpo produz, ou seja, a sua ação é muito semelhante aos hormônios do organismo. O que acontece muitas vezes é que os hormônios sintéticos precisam ser metabolizados pelo fígado até chegar na sua via final de ação como estrógeno ou progesterona.


Todas as mulheres na pós menopausa devem fazer reposição hormonal

Mito. A principal indicação da reposição hormonal é a presença de sintomas. Mulheres que chegam na menopausa sem sintomas não têm indicação de reposição. Outras indicações para a reposição são a idade precoce (antes dos 40 anos) e a presença de osteoporose.


Reposição hormonal aumenta o risco de câncer de mama?

Verdade. Infelizmente um dos riscos na reposição hormonal é o aumento no risco de cânceres ginecológicos mama, útero e ovário. Os trabalhos científicos mostram que o risco é pequeno e tempo dependente, sendo que nos 1os anos da reposição hormonal esse risco é praticamente inexistente, somente após 3 a 5 anos da exposição à TRH que o risco começa a aumentar.


Reposição hormonal diminui o risco cardiovascular na mulher

Verdade. Um dos benefícios claros da reposição hormonal mostrado nos diversos estudos é a proteção cardiovascular e a diminuição do risco para infarto e AVC, desde que a reposição seja feita nos primeiros anos após a menopausa, a chamada janela terapêutica. Após aproximadamente 8 a 10 anos da menopausa, iniciar o tratamento com a reposição hormonal já não traz os benefícios cardiovasculares, pelo contrário, o risco da reposição supera os benefícios.


Na reposição hormonal sempre é recomendado o uso da testosterona para melhora a libido

Mito. O princípio da TRH é repor os hormônios sexuais feminino estrógeno e progesterona, esse último essencial nas mulheres com útero. A testosterona no sexo feminino frequentemente é baixa, mesmo no período que antecede a menopausa. Torna-se um problema de saúde quando os níveis de testosterona é elevado no sexo feminino. Portanto, não é a 1a opção repor testosterona na mulher. A única situação que existe evidência científica é a reposição da testosterona na diminuição da libido e mesmo assim com resultados e eficácia conflitantes.


Reposição hormonal previne o diabetes

Verdade. Outro benefício importante da reposição hormonal é a melhora da resistência insulínica e consequentemente a prevenção do diabetes. A maioria dos estudos de longo prazo sugere que a TRH na menopausa melhora a composição corporal, aumentando a massa magra e reduzindo a deposição de gordura visceral/abdominal. Além disso, estudos sugerem o efeito benéfico da TRH nas células pancreáticas, músculo esquelético, fígado e tecido adiposo associado à diminuição da gordura abdominal, glicemia de jejum e níveis de insulina, melhorando a função das células beta e secreção de insulina. Como resultado, observa-se uma diminuição na incidência do diabetes nessas mulheres.


Dra. Vanessa Aoki Santarosa Costa

Médica Endocrinologista formada pela Escola Paulista de Medicina - Universidade Federal de São Paulo

Mestrado pela Escola Paulista de Medicina - Universidade Federal de São Paulo

Atua em consultório médico particular na Vila Mariana, Zona Sul, São Paulo.


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