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Foto do escritorDra. Vanessa Santarosa

Estudo de Fase III testa vacina para o Dibetes do tipo 1




Uma potencial vacina contra o diabetes do tipo 1, denominada Diamyd, avança para fase III nos estudos e nos traz esperanças para, ao invés de remediar, curar a doença. A fase III nos estudos científicos é a última fase de pesquisa em que o objetivo é testar o remédio em grandes populações para comprovar eficácia e segurança, prever contraindicações, efeitos colaterais e determinar dose e via de administração. Nessa fase, frequentemente o novo medicamento é comparado à um tratamento padrão para verificar se a nova medicação demonstra benefícios em relação aos tratamentos atuais.

O Diamyd é uma vacina composta de uma proteína denominada descarboxilase do ácido glutâmico (GAD), um dos principais antígenos que gera nos indivíduos com predisposição genética para a doença, o desenvolvimento de auto-anticorpos contra os constituintes da célula beta pancreática, levando assim à sua autodestruição e o desenvolvimento do diabetes.

Os estudos de fase II mostram que existe um perfil genético específico ( presença do haplótipo HLA DR3-DQ2) de pacientes do tipo 1 que respondem satisfatoriamente à essa vacina. A resposta esperada seria preservação da função das células beta pancreáticas. Foram avaliados 103 pacientes diabéticos do tipo 1 recém diagnosticados randomizados em 2 grupos: placebo versus vacina. Enquanto no grupo placebo nenhuma resposta clinicamente favorável foi observada, no grupo da vacina, o subgrupo com esse haplótipo verificou-se uma preservação de célula beta superior a 50%, o que poderia significar a contenção e não progressão da doença. Tal vacina poderia beneficiar quase metade dos pacientes diabéticos do tipo 1. O tratamento teria a vantagem de modular e não suprimir o sistema auto-imune do indivíduo, característica bem diferente de uma série de tratamentos propostos para doenças auto-imunes. Os resultados mostram ainda a importância da análise genética e personalizada dos indivíduos com a doença para identificar os potenciais candidatos ao tratamento, ou seja, personalizar cada vez mais na hora de tratar. Esse é o futuro da medicina.


Dra. Vanessa Aoki Santarosa Costa

Médica Endocrinologista formada pela Escola Paulista de Medicina - Universidade Federal de São Paulo

Mestrado pela Escola Paulista de Medicina - Universidade Federal de São Paulo

Atua em consultório médico particular na Vila Clementino, Zona Sul, São Paulo.

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