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  • Foto do escritorDra. Vanessa Santarosa

Coronavírus e Diabetes


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    O COVID-19 faz parte da família de vírus conhecida como coronavírus, há muito tempo estudada e prevalente na população e que causa doenças respiratórias, mais comumente resfriado e gripe. Esse novo subtipo de vírus foi identificado primeiramente na China em final de 2019 e se espalhou rapidamente pelo mundo causando uma epidemia de infectados (mais de 80.000 casos confirmados em laboratório). O espectro da doença é muito amplo com portadores assintomáticos até casos de doenças respiratórias graves, sobretudo em pacientes de grupo de risco. Pacientes idosos, portadores de diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e respiratórias compõem o grupo de risco para complicação da doença.

    Por se tratar de um vírus respiratório, a taxa de transmissibilidade é elevada e ocorre pelo ar ou contato pessoal com secreções contaminadas como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, toque, aperto de mão ou em objetos e superfícies contaminados. Os sintomas do coronavírus são semelhantes a de uma gripe, mas casos graves de pneumonia com insuficiência respiratória e morte são descritos. Estima-se uma mortalidade ao redor de 2%, maior prevalência em pacientes acima de  60 anos, menos de 1% dos casos em crianças e adolescentes,  discreta prevalência pelo sexo masculino, (58% dos casos), quadro laboratorial marcado por linfocitopenia no hemograma (83% dos casos) e exames de imagem demonstrando opacidade em vidro fosco (um dos sinais de pneumonia). Essas estatísticas estão sendo atualizadas constantemente uma vez que a epidemia está em andamento e novos casos confirmados surgem a todo  momento. Os sintomas que representam gravidade são: febre alta, tosse e dificuldade para respirar. A composição desses sintomas deve levar o indivíduo a procurar um serviço de emergência, caso contrário, a melhor recomendação é permanecer em domicílio em regime de quarentena. Como o período de incubação do vírus varia de 3 a 8 dias, especialistas recomendam isolamento dos pacientes confirmados, casos suspeitos ou contactantes por 10 a 14 dias.

    O diagnóstico pode ser realizado através da coleta de secreção das vias respiratórias. Até o momento não existe medicação antirretroviral eficaz para combater a doença. Pesquisas testando medicações como lopinavir e ritonavir (antirretrovirais para o tratamento do HIV) infelizmente não mostraram benefícios na evolução da doença nem em diminuir taxas de mortalidade de acordo com um recente estudo publicado no New England por pesquisadores chineses. No entanto, diversos estudos estão em andamento demostrando que a hidroxicloroquina (medicação antimalárica e utilizada em diversas doenças autoimunes) inibe a replicação do vírus e possivelmente a entrada dele nas células, sendo uma medicação em potencial para o tratamento e prevenção do coronavírus. Outras medicações de potencial benefício que estão sendo testadas inclui o antibiótico azitromicina. 

     Antes do tratamento vem a prevenção, palavra chave no momento. As medidas mais eficazes para impedir o contágio e transmissibilidade rápida do vírus são: evitar contato interpessoal, aglomerarão de pessoas, higienizar sempre as mãos com água e sabão, usar desinfetante a base de álcool, proteger a boca quando tossir ou espirrar, evitar levar as mãos às mucosas de olho, nariz e boca, não compartilhar objetos de uso pessoal, limpar com frequência superfícies e objetos muito tocados, manter os ambientes bem ventilados.

     No caso de pacientes diabéticos, faz toda diferença se a doença está bem controlada ou não. A hiperglicemia causa uma disfunção no sistema imunológico diminuindo a ação dos linfócitos - células de defesa, tornando o diabético mais propenso à infecções no geral, além disso a resposta inflamatória nesses pacientes é mais exacerbada, apesar dos sinais de alarmes da doença serem mais brandos, dessa forma a doença avança de forma grave e silenciosa. Pacientes diabéticos de longa data, com mau controle da doença, com complicações crônicas ou presença de outras doenças associadas como hipertensão, constituem o grupo de maior risco. Portanto, utilize corretamente as medicações prescritas pelo seu endocrinologista, siga as recomendações de dieta e verifique diariamente seus níveis glicêmicos para minimizar os seus riscos de contrair o coronavírus. Pacientes diabéticos bem controlados apresentam menor risco de doença e das complicações. Pratique a prevenção!


Dra. Vanessa Aoki Santarosa Costa

Médica Endocrinologista formada pela Escola Paulista de Medicina - Universidade Federal de São Paulo

Mestrado em Tireoidologia pela Escola Paulista de Medicina - Universidade Federal de São Paulo

Foi  médica colaboradora no Ambulatório de Diabetes Gestacional da UNIFESP

Atua em consultório médico particular na Vila Clementino, Zona Sul, São Paulo.

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