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  • Foto do escritorDra. Vanessa Santarosa

Cirurgia metabólica aprovada para o tratamento do diabetes tipo 2

O Conselho Federal de Medicina (CFM) reconheceu em início de dezembro desse ano, a cirurgia metabólica como opção terapêutica para pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 2. Diante da crescente incidência de pacientes diabéticos, números que já atingem status de epidemia, tal resolução beneficia principalmente aqueles que a despeito do tratamento clínico não conseguiram um adequado controle da doença. No Brasil, existem mais de 14 milhões de diabéticos do tipo 2 e as projeções indicam que em 10 anos esse número quase dobrará. A busca pelo adequado controle da doença é primordial, uma vez que essa doença é o principal fator de risco para doenças cardiovasculares, insuficiência renal e cegueira no Brasil e no mundo.




No entanto, essa opção de tratamento exige rigor na indicação, uma vez que critérios bem definidos são necessários para o paciente se torne candidato a cirurgia. São critérios para indicação da cirurgia:

  1. DM2 comprovadamente não controlado com o tratamento clínico e com menos de 10 anos de diagnóstico

  2. IMC entre 30 e 34,9 Kg/m2

  3. Idade mínima de 30 anos e máxima de 70 anos

  4. Ausência de contra-indicação para a cirurgia

      O não controle do diabetes ou refratariedade ao tratamento clínico significa um acompanhamento mínimo de 2 anos com endocrinologista mediante otimização de medicações orais e injetáveis, sempre associado a mudanças no estilo de vida como reeducação alimentar e prática regular de atividade física.

        A decisão do CFM baseia-se em diversos estudos clínicos que comprovam o controle glicêmico mediante as alterações no trato digestivo provocadas pela cirurgia, independentemente da perda de peso. Nota-se precocemente uma melhora da resistência insulínica bem como um aumento na capacidade pancreática da liberação de insulina para aqueles pacientes com um mínimo de reserva pancreática demonstrada previamente à cirurgia. Os estudos demonstram segurança e efetividade no tratamento, com o controle da doença a médio e longo prazo, bem como redução das complicações e mortes de causas cardiovasculares e perda de peso sustentada, principalmente quando associado a mudanças no estilo de vida.

       A técnica recomendada para a cirurgia metabólica é hoje a técnica mais utilizada na cirurgia bariátrica: a derivação gastro-jejunal em Y-de-Roux e deve ser feita por profissional experiente na área de gastrocirurgia e ter acompanhamento pré e pós operatório por equipe multidisciplinar composta por endocrinologista, nutricionista, psicólogo, cardiologista, pneumologista, fisioterapeuta e enfermeiro.

        Desde 2011 diversas entidade internacionais tais como a International Federation of Diabetes (IFD), a American Society for Metabolic and Bariatric Surgery (ASMBS) e a International Federation for the Surgery of Obesity and Metabolic Disorders (IFSO) já introduziram a cirurgia metabólica como opção no tratamento do diabetes tipo 2 seguindo alguns critérios. Atualmente, quase 50 associações médicas no mundo todo reconhecem e indicam a cirurgia metabólica no tratamento do diabetes.

      Dentre as contra-indicações para a cirurgia, incluem: portadores de dependência química ou alcoólica e transtorno depressivo ou mental grave. 

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