Nódulos adrenais geralmente são diagnosticados de forma incidental num exame de imagem destinado para outras finalidades ou direcionado para queixas abdominais que não têm relação com o nódulo em princípio. Até 5% da população em exames de imagem possui um nódulo adrenal e essa prevalência aumenta com a idade. No geral são assintomáticos porém, uma vez descobertos, precisam de avaliação e acompanhamento médico. Inicialmente, a avaliação visa responder 2 perguntas importantes: trata-se de um nódulo benigno ou maligno e, o nódulo é funcionante (produtor de hormônios) ou não.
Os nódulos benignos são representados em sua maioria pelos adenomas, são nódulos pequenos com diâmetro inferior a 2-3 cm, arredondados ou ovais, contornos regulares, densidade homogênea e com conteúdo rico em gordura. Todas essas características podem ser vistas em exame de tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética em protocolos específicos para a adrenal. Por exemplo, nódulos com densidade inferior a 10 UH (Unidades de Hounsfield) e rápido washout do contraste (> 60% em 15 minutos) em exames de imagem são sugestivos adenomas. Já os nódulos malignos geralmente são maiores (acima de 4-6 cm), irregulares, heterogêneos, com invasão de estruturas vizinhas e com necrose interna. A adrenal é responsável por produzir diversos hormônios e a produção excessiva de determinados hormônios deve ser pesquisada no nódulo adrenal. Todos os pacientes devem ser investigados para feocromocitoma (produção excessiva de catecolaminas) através de dosagens de catecolaminas e metanefrinas plasmáticas e urinárias, para Síndrome de Cushing com exames de triagem como cortisol pós 1 mg de dexametasona e cortisol urinário, mesmo na ausência de sintomas. Pacientes hipertensos jovens ou com doença refratária (difícil controle), devem também ser investigados para o hiperaldosteronismo primário, causa secundária de hipertensão arterial. Cerca de 5 a 20% desses nódulos podem produzir cortisol e até 3% serem produtores de aldosterona. Uma vez descartado nódulo maligno ou produtor de hormônios, o mesmo deve ser seguido anualmente por um período de 5 anos, uma vez que até 20% dos pacientes com adenomas não-funcionantes podem passar a produzir excesso de hormônios e em casos de crescimento do nódulo, muitas vezes é indicado cirurgia.
Dra. Vanessa Aoki Santarosa Costa
Médica Endocrinologista formada pela Escola Paulista de Medicina - Universidade Federal de São Paulo
Mestrado pela Escola Paulista de Medicina - Universidade Federal de São Paulo
Atua em consultório médico particular na Vila Mariana, Zona Sul, São Paulo.
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