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Foto do escritorDra. Vanessa Santarosa

Nódulos Adrenais

 

       Nódulos adrenais geralmente são diagnosticados de forma incidental num exame de imagem destinado para outras finalidades ou direcionado para queixas abdominais que não têm relação com o nódulo em princípio. Até 5% da população em exames de imagem possui um nódulo adrenal e essa prevalência aumenta com a idade. No geral são assintomáticos porém, uma vez descobertos, precisam de avaliação e acompanhamento médico. Inicialmente, a avaliação visa responder 2 perguntas importantes: trata-se de um nódulo benigno ou maligno e, o nódulo é funcionante (produtor de hormônios) ou não. 

    Os nódulos benignos são representados em sua maioria pelos adenomas, são nódulos pequenos com diâmetro inferior a 2-3 cm, arredondados ou ovais, contornos regulares, densidade homogênea e com conteúdo rico em gordura. Todas essas características podem ser vistas em exame de tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética em protocolos específicos para a adrenal. Por exemplo, nódulos com densidade inferior a 10 UH (Unidades de Hounsfield) e rápido washout do contraste (> 60% em 15 minutos) em exames de imagem são sugestivos  adenomas. Já os nódulos malignos geralmente são maiores (acima de 4-6 cm), irregulares, heterogêneos, com invasão de estruturas vizinhas e com necrose interna. A adrenal é responsável por produzir diversos hormônios e a produção excessiva de determinados hormônios deve ser pesquisada no nódulo adrenal. Todos os pacientes devem ser investigados para feocromocitoma (produção excessiva de catecolaminas) através de dosagens de catecolaminas e metanefrinas plasmáticas e urinárias, para Síndrome de Cushing com exames de triagem como cortisol pós 1 mg de dexametasona e cortisol urinário, mesmo na ausência de sintomas. Pacientes hipertensos jovens ou com doença refratária (difícil controle), devem também ser investigados para o hiperaldosteronismo primário, causa secundária de hipertensão arterial. Cerca de 5 a 20% desses nódulos podem produzir cortisol e até 3% serem produtores de aldosterona. Uma vez descartado nódulo maligno ou produtor de hormônios, o mesmo deve ser seguido anualmente por um período de 5 anos, uma vez que até 20% dos pacientes com adenomas não-funcionantes podem passar a produzir excesso de hormônios e em casos de crescimento do nódulo, muitas vezes é indicado cirurgia.



Dra. Vanessa Aoki Santarosa Costa Médica Endocrinologista formada pela Escola Paulista de Medicina - Universidade Federal de São Paulo Mestrado pela Escola Paulista de Medicina - Universidade Federal de São Paulo Atua em consultório médico particular na Vila Mariana, Zona Sul, São Paulo.




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