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Foto do escritorDra. Vanessa Santarosa

Emagrecimento e Obesidade

 


      Obesidade e sobrepeso são as doenças crônicas que mais crescem no Brasil e no mundo. Dados recentes do IBGE revelam que quase 60% dos brasileiros estão acima do peso, com uma discreta prevalência entre as mulheres. É preocupante também o número de casos de obesidade infantil pois de 2008 a 2013 registrou-se um crescimento de 78% no aumento desse diagnóstico em crianças de 0 a 5 anos. Estima-se hoje que perto de 10% das nossas crianças são obesas. O diagnóstico de obesidade e sobrepeso é dado por medidas antropométricas, sendo a mais tradicional o peso ajustado para a altura -IMC (índice de massa corpórea). Porém, a distribuição da gordura corporal, que pode ser medida através da bioimpedância ou pela densitometria de avaliação corporal total (DEXA) é um dado de qualidade de peso e portanto mais valiosa na avaliação de saúde e comorbidades associadas.

     A causa da obesidade é complexa e multifatorial, ou seja, resulta da interação de diversos fatorares tais como: a genética, fatores hormonais, o meio ambiente, estilo de vida e até fatores emocionais. Algumas doenças genéticas, raras, associam-se a deficiência do hormônio leptina ou resistência a sua ação. A leptina é é um hormônio secretado pelo tecido adiposo subcutâneo, em resposta a ingesta alimentar, sendo portanto um hormônio anorexígeno (reduz o apetite). Além disso desordens endócrinas como o hipercortisolismo, alterações hipotalâmicas, hipogonadismo, síndrome dos ovários policísticos podem relacionar-se à obesidade.

      As causa externas como consumo calórico excessivo através de hábitos de dieta inadequados e o sedentarismo respondem por uma parcela dos casos de obesidade, porém estão longes de ser a causa principal muitas vezes. Ao longo dos anos, a dieta ocidental incorporou um teor excessivo de açúcar, incremento de refrigerantes e no aporte de gorduras em geral e produtos industrializados e fast foods, ao mesmo tempo em que se diminuiu o consumo de frutas e hortaliças.

Horas de sono e dormir com qualidade estão inversamente relacionados ao IMC e obesidade. Privação do sono provoca diminuição da secreção de leptina e TSH, aumento dos níveis de grelina e diminuição da tolerância à glicose  levando ao aumento do risco de obesidade. 

     Ao se identificar o problema de sobrepeso ou obesidade, é importante procurar profissionais como o endocrinologista para avaliação de outras doenças associadas bem como conduzir o tratamento, o nutricionista para uma reeducação alimentar, o educador físico para o início de um programa de atividade física e em alguns casos psicólogo ou psiquiatra. Infelizmente no Brasil, poucas são as medicações disponíveis para o tratamento da obesidade, muitas delas são off label ou seja, que não tem indicação por bula, e outras poucos eficazes quando a necessidade de perda de peso é muito grande. Além disso é importante salientar que uma série de substâncias não apresentam respaldo científico, dentre elas diuréticos, laxantes, fitoterápicos, dentre outros presentes em divesas fórmulas prescritas. Dentre as diversas formas de orientação dietética, a mais aceita cientificamente é a dieta hipocalórica balanceada, com 5 a 6 refeições por dia, sendo 50 a 60% de carboidratos, 25 a 30% de gorduras e 15 a 20% de proteínas. O paciente deve ser orientado a realizar exercícios regulares, pelo menos de 30 a 40 minutos, ao menos 4 vezes por semana.



Dra. Vanessa Aoki Santarosa Costa

Médica Endocrinologista formada pela Escola Paulista de Medicina - Universidade Federal de São Paulo

Mestrado pela Escola Paulista de Medicina - Universidade Federal de São Paulo

Atua em consultório médico particular na Vila Mariana, Zona Sul, São Paulo.

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